Desde “Watermusic” (2000) a “Lamentations” (2020), passando pelo épico de quatro volumes “The Disintegration Loops” (2002/2003), a criação de William Basinski permitiu-lhe construir uma aura verdadeiramente icónica, fazendo dele um dos mais aclamados nomes da música eletrónica ambiental do nosso século.
Músico e compositor com formação clássica, trabalha agora a partir da Califórnia, depois de décadas a ser parte da cena de Nova Iorque, onde colaborou com outros criadores, como o cineasta e artista visual James Elaine ou Antony Hegarty, a convite de quem criou a música para a ópera de Robert Wilson, “The Life and Death of Marina Abramovic”.
Basinski emprega tecnologia obsoleta e loops de fita analógica, as suas paisagens sonoras assombrosas e melancólicas exploram a natureza temporal da vida e ressoam com as reverberações da memória e o mistério do tempo.
Acaba de lançar “September 23rd”, gravação feita em Setembro de 1982, recentemente descoberta, criada a partir de uma peça para piano que tinha composto no Liceu em meados da década 1970. A peça permite-nos viajar por todo o legado histórico do artista.
20h00
Santuário da Falperra
A música de Gordan é difícil de classificar. O trio de música experimental propõe uma fusão entre as vozes tradicionais dos Balcãs com feedback e sons gerados eletronicamente, conjugados com um baixo vibrante e uma percussão hipnótica. Conseguem soar, a um tempo, expressivos, mas também abstratos.
A voz de Svetlana Spajic – que se move entre a música tradicional e a arte avant-garde, tendo colaborado com artistas como Marina Abramovic, Anhoni ou Robert Wilson – carrega em si o peso das lendas e do misticismo balcânico. Por seu turno, o baterista Andi Stecher e Guido Möbius no baixo e eletrónica empregam estratégias sónicas que conduzem as canções em direções muitas vezes imprevisíveis.
Depois do primeiro álbum “When Down in the Meadow”, lançado em 2021 pela Morphine Records e celebrado pela crítica, Gordan voltaram às edições em 2024, com um álbum homónimo e ainda mais radical, que os leva a um terreno de exploração cada vez mais inspirado.
20h00
Santuário da Falperra
Em qualquer conversa com Clothilde sobre a sua música, surge com recorrência a expressão “as minhas máquinas”. Refere-se à maquinaria que Zé Diogo, o seu parceiro, constrói de raiz para que a artista crie as suas ambiências únicas.
A expressão “as minhas máquinas” ganha um novo sentido com Clothilde. O tom e as pausas, descrevem uma empatia única. Fica a sensação de que Clothilde e elas – as máquinas – são um ser único que, quando em funcionamento, se deixam dominar por uma certa imprevisibilidade do momento.
Depois de já ter passado pelo território em que acontece Extremo, no final de 2024, para uma residência artística que resultou na gravação de um showcase em vídeo, Clothilde regressa para um concerto especial, na capela de Santa Maria Madalena.
Consigo traz também um novo disco, “Cross Sections”, lançado no final de 2024 pela Holuzam, no qual parece entrar numa nova fase da sua criação, sem perder o lado primitivo da exploração e criação na eletrónica que tinha evidenciado em trabalhos anteriores.
20h00
Santuário da Falperra
Alexandre Centeio é um multi-instrumentista e artista sonoro de Paredes, no Grande Porto. No festival Extremo apresenta o seu mais recente álbum, “Silvo”, lançado em 2024 pelo Coletivo Casa Amarela.
Neste disco, Alexandre Centeio leva a sua música para novos territórios, apresentando uma série de composições musicais em que explora de forma intrincada a evolução e transformação de sons ásperos numa narrativa musical, empregando dissonâncias, glitches e complexidades texturais de forma melodiosa.
Após os movimentos introspectivos que mostrou em “Movanta” (2022, Lontano Series, Itália) e o surrealismo sonoro de “Panorama” – também de 2024, lançado pela prestigiada editora Discrepant, com sede no Reino Unido – Centeio continua a explorar novas possibilidades e paisagens sonoras. “Silvo” evoca a sensação de capturar momentos de implosão e sufoco, desafiando a distinção entre harmonia e ruído, prometendo um contraste sublime com o entorno bucólico do monte da Falperra.
20h00
Santuário da Falperra